Ontem, deixaram um Comentário que podem ler, abaixo, e no meu Post sobre o Rapto, eu sei que estou mal e sinto-me mal, mas também sei que existem pessoas piores do que eu, este amigo conta-nos a sua história e ficamos sem perceber como nos dias de hoje um pai não pode ver o seu filho, na segurança da sua casa e de criar um espaço e uma cumplicidade que deve existir entre pais e filhos, é inadmissível como a falta de tacto e de treino, muitas vezes dos tribunais e dos assistentes sociais, levam a que certas coisas pudessem não acontecer, que os pais possam ter um relacionamento saudável com os seus filhos.

Eu nesta luta, não quero, nem desejo olhar só para o meu umbigo, quero que algo mude, que seja diferente para todos, sejam pais, mães ou avós, que tanto as pessoas como o poder politico, alterem a sua forma de pensar e de agir, de serem pretensiosos e que o século passado já morreu há muito, que os tempos mudaram, a forma como conhecíamos o conceito família, infelizmente também mudou, que os nossos filhos precisam de nós e independentemente do que tenha feito os seus pais se separarem, que ambos devem ter acesso a tudo o que envolve a vida deles, e que o alto interesse das nossas crianças é a dos pais, não de terceiros, que não lhes são nada, e que nem devem ter uma palavra a dizer, se não os pais, e isso, é que o estado falha, é no não regulamentar no alto interesse das crianças, e em muitos dos casos obrigar os progenitores a salvaguardarem o interesse dos filhos.

Mas fica aqui o relato do Rui Borges, e um grande abraço e por favor, não desistas, nunca o teu filho precisa de ti também:

” As Visitas ao Rafael têm inicio no dia 17de Dezembro de 2009.
Perante as minhas expectativas e a grande ansiedade, a reacção do Rafael foi de alegria e reconhecimento do Pai, (que deixou de ter contacto quando tinha 23 meses, ou seja esteve cerca de nove meses e meio sem ter qualquer contacto com o pai e família paterna. Questionei na altura a técnica da Segurança Social relativamente ao atraso nas visitas, uma vez que o Tribunal tinha decretado que as visitas eram para ter inicio em Setembro, atrasando-se três meses, a resposta que obtive foi que foi enviada uma carta em meu nome para dar inicio ás vistas mas a mesma tinha a morada da mãe. (demorou-se três meses para detectar esta situação?) O próprio tribunal tem a informação que eu faltei á visita, quando não fui notificado.
O Rafael sempre comparece acompanhado da avó materna, apenas no primeiro dia compareceu a mãe, a relação pai / filho sempre tiveram muito êxito e o menino quase sempre, a partir do momento que foram consolidados os laços que existiam desde o nascimento, não queria abandonar o local querendo continuar a brincar com o Pai. Por várias vezes foram alterados os horários das mesmas a pedido dos avos maternos, o que eu tentei sempre gerir de acordo com os seus interesses / necessidades, embora a nível profissional isso me tenha prejudicado muito.
O primeiro contacto com os avos paternos, e depois de muitas solicitações junto da técnica, foi realizado passadas algumas semanas e por forte insistência da minha parte junto da técnica, o Rafael imediatamente reconheceu os familiares e mostrou muita alegria no reencontro, bem como com a D. Joaquina que nos acompanhou. A família paterna só pode comparecer nas visitas com a previa autorização da técnica, argumentando que se deve privilegiar o contacto com o Pai, e o que eu concordo, mas é com enorme desespero que os Avos paternos passam semanas sem ter contacto com o neto e vice-versa.
Em Julho de 2010 sou informado pela técnica que as visitas deixariam de se realizar entre 13 de Agosto e 13 de Setembro e que o motivo seria as férias da referida técnica, mostrei a minha preocupação e indignação, uma vez que os laços que nos unia estavam muito fortes e mais uma vez o menino se iria sentir abandonado pelo pai. Na altura sugeri que outro técnico que já tinha estado presente a substitui-se, o que me foi informado que não era possível , questionei a técnica em questão aos possíveis efeitos nefastos que este afastamento poderia trazer para a criança , a qual referiu que isso não era importante…
No dia 13 de Setembro compareci a retoma das visitas, O Rafael reagiu muito bem e com uma enorme alegria por ver o Pai. No dia 21 de Setembro realizou-se a segunda visita de seguida ás ferias novamente a interacção foi óptima mas no final da visita, e pela 1º vez de uma forma algo desesperada e fazendo “birra”, situação que eu nunca tinha presenciado, o menino não queria abandonar a sala e o Pai ( durante a visita o menino agarrou-me na mão e pediu-me: “ Pai leva-me á escolinha!”).
A próxima visita ficou marcada para o dia 28 de Setembro, durante a semana a Técnica social desmarcou a visita para o dia 1 de Outubro, justificando que os avós não podiam estar presentes.
Foi então no dia 1 de Outubro que o Rafael apresentou um comportamento que nunca tinha acontecido, a técnica veio ter comigo e informou-me que o menino não queria largar a avó, e logo eu não poderia estar com ele e efectuar a visita porque não me podia cruzar com a referida senhora, assim fui mantido sozinho numa sala durante cerca de uma hora no final da qual a técnica veio por fim informar-me que a visita não seria possível, e eu lá me vim embora sem ver o meu filho. No dia 6 de Outubro voltei às visitas acompanhado dos meus Pais e a Sr.ª Joaquina, novamente fomos retidos numa sala de outro sector a aguardar, a técnica passados cerca de vinte minutos voltou a contactar-nos para informar que não era possível realizar a visita porque o menino não queria largar a avó com medo que ela se fosse embora e nós não nos podíamos cruzar com a avó materna do menino. Fiquei numa sala contigua e chamei pelo meu filho, ele durante alguns minutos não reagiu, ate que veio ate á porta e chamou-me, eu disse que não podia ir ( por imposição da técnica não posso ter contacto visual com a avó materna e ela encontrava-se na outra sala!). Aos poucos o Rafael lá veio ter comigo para brincar mas sempre muito assustado que a avó se ausenta-se! Circulando constantemente de um quarto para o outro. ( parece um jogo do rato e do gato , procurando sempre a técnica proteger a avó e não o menino). Apercebi-me que a avó utiliza uma estratégia, quando o Rafael se começa a inserir na brincadeira, ela começa a mexer nos sacos o que o põem logo em desespero com medo que ela vá embora. Na última visita levei um carrinho para o menino e a determinada altura ele dirige-se á sala onde estava a avó e diz: “ avó, o carrinho do Pai não tem bichos”. Imagino o que não metem na cabeça da criança… Tenho chamado a atenção da técnica para estes factos!

No dia 5 de Novembro pelas dez horas e quinze minutos apresentei-me na portaria da segurança social para proceder á visita do meu filho (esta visita já sujeita a alteração por pedido da outra parte). Identifiquei-me á porta com os meus Pais, avos do menino. O segurança informou a Dr.ª. Teresa Dias de Carvalho da nossa presença a qual nos mandou dirigir ao 9º andar. Ao chegar lá os meus Pais aguardaram na escada e eu entrei, confrontei-me logo com o meu filho que se dirigiu a mim dando-me um abraço e um beijo com alegria que sempre demonstra ao ver o Pai e dirigiu-se á sala posterior chamando o Pai e dizendo “ pai vem ver eu a encher as bolas” neste preciso momento aparece a técnica acompanhada da Avô materna do menino, e que por regra do serviço nem eu nem a minha família pode ter contacto visual, ficando a técnica muita aflita e mandando-me entrar, na precisa altura eu informei que os meus Pais aguardavam lá fora, automaticamente a referida técnica, muito arrogantemente me mandou sair e fechou-me a porta na cara, isto em frente ao meu filho. Ainda tentei o diálogo para esclarecer tal comportamento mas a senhora apenas disse “ já não há visita nem vai haver mais visitas”. Eu desci juntamente com os meus pais e dirigi-me aos serviços centrais para reclamar junto de quem tivesse autoridade, enquanto aguardava para falar com a responsável pelos serviços, a Dr.ª Teresa dias cruzou-se no átrio de entrada comigo e não me dirigiu qualquer palavra para justificar o sucedido. Fui recebido pela Dr.ª Sandra Batista que se identificou como chefe da equipa e ouviu atentamente as reclamações ficando de conversar com a Técnica Teresa Dias para esclarecer a situação. No dia 8 de Novembro liguei para a Dr.ª Sandra Batista e a mesma informou que falou com a Dr.ª Teresa Dias e que lhe foi informado que não estavam reunidas condições para dar continuidade ás visitas e que se justificaria com um relatório enviado ao tribunal.

Depois do julgamento em Março do corrente ano , depois de despacho da Juíza em Dezembro de 2010 e novo despacho em Maio! Continuo sem ver o meu Filho! Que foi aferido , estar a sofrer problemas de desenvolvimento com quem o raptou ” Avós Maternos”…”